O leve bruxelear das folhas das árvores, que se abanam ao vento, para cima e para baixo, como se nos acenassem porque partíamos numa viagem;debaixo deste sol que nos aquece e se reflete no verde da relva, que se espalha em estrias e o cheiro do cachimbo do Sr. grisalho, de óculos e T-shirt coral, que se senta duas mesas de madeira mais á frente, os chapéus de sol rosa e vermelhos, as cadeiras madeira/metal verdes com braços, o chão tipo calçada portuguesa, a brisa que tenta virar as páginas onde escrevo, o barulho do ancinho dos trabalhadores que arranjam o jardim"para que fique sempre bonito"-como diz a menina que me serve o café- o barulho dos carros que passam incessantemente num zumbido, como abelhas atarefadas na recolha do mel, e o cachimbo que se apagara reacende-se, numa tragada longa, que traz até mim o fumo e o cheiro, e volto a olhar o homem grisalho e acho que já deve ter sido muito bonito, gosto da barba aparada e dos sapatinhos tipo mocassins, cor de mel, e dos amigos que nos ignoram , porque levam nos ouvidos os seus leitores de MP3 e assim mais facilmente podem fingir que não nos viram...E todas as cidades têm o seu quê , um encanto de verde, o seu pequeno oásis, mas este é o meu recanto e acho-o mais brilhante e bonito, e olhem que tenho andado por aí...Talvez pelo lago e os patos ou pela extensão onde se pode passear, pelo areal com mesinhas onde se pode lanchar ou parar para conversar, os baloiços para os miúdos, as escadas com as palmeiras ou os antigos campos de ténis onde se joga futebol ou basquetebol, os banquinhos verdes de metal aqui e ali, espalhados por todo o circuito; ou tão simplesmente por todo o conjunto que se vê deste café com grandes janelas de vidro, para apreciar a paisagem e ouvir passarinhos.Sinto a pele que se encrespa sob o sol... Como é bonito isto aqui!
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